Gestão Ambiental da BR-448 desenvolve solução inédita para destino final de 46 mil toneladas de resíduos

Encapsulamento dos resíduos em células projetadas na faixa de domínio da rodovia foi à solução encontrada pela equipe e aprovada pelo órgão ambiental fiscalizador do empreendimento.


Reunir numa mesma iniciativa a proteção ambiental considerando também os aspectos sociais e econômicos foi o que a Gestão Ambiental da BR-448 (STE S.A.), desenvolveu como solução para as 46 mil toneladas de resíduos sólidos originados na atividade de reciclagem das famílias remanescentes da Vila do Dique, no município de Canoas, que ocupavam irregularmente um trecho do empreendimento.

Resíduos descartados pelas famílias de recicladores beneficiadas pelo processo de reassentamento da BR-448

Conformação das células de resíduos 

Considerado um entrave para a construção do segmento de 8 quilômetros no Lote 3 (Consórcio Queiroz Galvão, OAS, Brasília Guaíba) da Rodovia do Parque (Sapucaia do Sul – Porto Alegre), o tratamento ambiental adequado de 46 mil toneladas de rejeitos descartados pelos moradores da Vila do Dique sem qualquer proteção aos recursos naturais foi um desafio e pauta de inúmeras discussões técnicas da equipe de Gestão Ambiental, conforme explica o Coordenador do Setor de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da STE S.A., Engenheiro Adriano Panazzolo. “Atuamos com o objetivo de solucionar um problema que estava sendo tratado como um grande empecilho para o desenvolvimento das obras do lote 3, entre os km 14 e 21 do empreendimento. Com um grupo técnico qualificado e o apoio de consultores especializados em Gerenciamento de Resíduos, foram estudadas alternativas junto com o DNIT”, explica.

Dentre estas alternativas, o encapsulamento dos resíduos na faixa de domínio da rodovia foi a solução que se apresentou mais adequada, tanto em relação às características técnicas e legais quanto financeiras.
“Considerando que nas amostragens realizadas os resíduos não apresentaram quantidade de matéria orgânica significativa, portanto, com pouco potencial para gerar líquidos a partir da degradação e que, devido às características físico-químicas estes resíduos puderam ser enquadrados como Classe II-A (Não Perigosos), segundo a NBR 10.004\2004, optou-se em conjunto com o órgão ambiental fiscalizador da obra (Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler – FEPAM) pela Remediação da Área Degradada in situ (no local), com o encapsulamento dos resíduos em células projetadas na faixa de domínio da rodovia”, destaca Adriano.

Alternativas
Como forma de encontrar uma solução adequada para a destinação final dos resíduos, a equipe de Gestão Ambiental analisou três alternativas. A solução de remoção dos resíduos e destinação final para um aterro sanitário licenciado removeria os resíduos de uma área sensível e encaminharia para um local com o total controle dos poluentes. O fator que inviabilizou esta solução foi o custo e o risco do transporte. O aterro sanitário mais adequado na região fica em Minas do Leão, numa distância de cerca de 80 km do local de origem dos resíduos. Para esta solução estimou-se um custo de cerca de R$ 5 milhões. A segunda propunha a construção de aterro sanitário próximo ao local. Esta solução foi inviabilizada devido à necessidade de identificação de área adequada próxima ao empreendimento e do tempo para a realização do licenciamento ambiental.
E por fim, a solução do encapsulamento geotécnico dos resíduos, no qual os rmesmos seriam confinados em células projetadas na faixa de domínio da rodovia. Esta alternativa foi a que se apresentou mais viável, sendo elaborado um Projeto Técnico e submetendo-o a análise da FEPAM. ”Desde o primeiro contato com a concepção do projeto, os técnicos do órgão ambiental mostraram-se favoráveis e orientaram que fosse apresentado o detalhamento do mesmo”, observa Panazzolo. O projeto foi aprovado pelo órgão ambiental, resultando na emissão da Autorização Geral nº 392/2012 e renovada pela Autorização Geral nº 342/2013.

O Projeto
O projeto considerou a adoção de técnicas construtivas usualmente utilizadas em aterros sanitários, como a impermeabilização da base das células, adensamento dos resíduos após a disposição, drenagem de gases e a cobertura final com geomembrana de PEAD, camada de solo e plantio de gramíneas. “A cobertura final dos resíduos com a geomembrana é fundamental neste caso, visto que impedirá a geração de líquidos dentro das células por infiltração de águas das chuvas”, ressalta o Engenheiro Ambiental da Gestão Luis Adriel Pereira. Destaca ainda que no projeto foi previsto a execução do monitoramento ambiental e geotécnico das células.
O monitoramento ambiental consiste no acompanhamento mensal da qualidade das águas subterrâneas locais, verificadas em 5 poços instalados próximo às células. “O monitoramento está sendo realizado mensalmente, conforme previsto na licença emitida pela FEPAM, e tem por objetivo verificar a eficiência do sistema. Até o momento foram realizadas duas campanhas de amostragem nos poços, sendo que os laudos laboratoriais obtidos não revelaram alterações significativas nos parâmetros de qualidade analisados, observa o Engenheiro Ambiental. Para o monitoramento geotécnico foram instalados marcos topográficos na superfície das células com a finalidade de verificar possíveis recalques.

Dificuldades e Benefícios
O ineditismo da proposta e a localização do passivo em uma área sensível foram as principais dificuldades enfrentadas para se chegar ao processo de licenciamento ambiental. “A localização do passivo em áreas de sensibilidade ambiental, e o pioneirismo da solução apresentada, visto que é a primeira obra do segmento rodoviário com células de resíduos incorporadas às bermas de equilíbrio da rodovia, foram os pontos de maior suscetibilidade do projeto”, revela Adriano.
Os benefícios da solução adotada envolvem a saúde ambiental e também proporciona melhorias estéticas ao ambiente. “A execução do projeto proporciona benefícios tanto do ponto de vista estético quanto à saúde ambiental. Isto porque que, além da reconstituição paisagística que foi realizada, os rejeitos, antes descartados pelas famílias da Vila do Dique sem qualquer proteção aos recursos naturais, agora estão recebendo tratamento ambientalmente adequado”, finaliza o coordenador.

 
 
021_600x399
2014_07_19_EA_Trilha_Ambiental_Escola_Luterana_Santa_Cruz_Canoas_600x450
30-09-2012 (2)_600x450
323_600x399
992
colocacao armadilha fotografica 11122012 (55)_600x399
DSC_0168_600x401
DSC_0312_600x399
DSCF0164_600x450
DSCF1666_600x450
DSCN3119_600x450
enderecar inauguracao 0651_599x450
Evento Dia do Meio Ambiente DNIT 160_600x399
FOTOS CELULA 255_600x399
fotos inaugurao 203_600x399
hora do conto VP 076_600x399
IMG_7233_600x400
Lancamento livro reassentamento 020_501x450
LIVRO INFANTIL_578x450
Mascote (21)_600x399
record
TOP-CIDADANIA-2014
topsust_451x450
transplante corticeiras 04092012 (14)_600x399
 
 

infoambiente2

 
 
Logotipo_STE-_novo Sem_ttulo.pngdnit ministeriobrasil