Pegadas de felino vulnerável são registradas em passagem de fauna da BR-448

Em meados da década de 80, a União regulamentou o licenciamento ambiental por meio da Lei nº 6.938/81 – que instituiu a Política Nacional de Meio Ambiente. O artigo 10 estabelece que “a construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental”. A partir dessa perspectiva, uma nova oportunidade também surgiu para minimizar, por exemplo, o impacto sobre a mortalidade da fauna.

Na BR-448, conhecida como a Rodovia do Parque, inaugurada há 1 ano, são realizadas campanhas de monitoramento do atropelamento da fauna. Apesar da proximidade da área do empreendimento com uma Área de Preservação Ambiental, a região é bastante descaracterizada, principalmente pela urbanização no entorno. Amparado no Programa de Redução de Atropelamento da Fauna, o DNIT, por meio da Gestão Ambiental (STE S.A.) avalia a funcionalidade das medidas implantadas para a redução do atropelamento da fauna na rodovia. A mitigação do impacto da colisão de animais com veículos é usualmente realizada pela implantação de estruturas que facilitem de forma segura a travessia. Na BR-448 foram construídas três passagens secas de fauna e duas em arroios que permitem a travessia segura dos animais.

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Equipe de fauna monitora câmera que registra movimentações dentro da passagem

Durante a realização da campanha de monitoramento do mês de dezembro de 2014, a equipe de fauna registrou na passagem de fauna do quilômetro 8+300 , na cidade de Canoas, a pegada de um Gato-maracajá. O registro permite avaliar o mecanismo de transposição e certificar que os animais, mesmo com as transformações no habitat, podem ser encontrados na região, e estão utilizando o equipamento de passagem construído na rodovia.

 Mamífero deixa rastro na BR-448

Em setembro de 2014, o Governo do Estado do RS, através da Fundação Zoobotânica (FZB) com apoio da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Seades) divulgou as espécies da fauna gáucha ameaçadas de extinção.
A listagem, primeira atualização feita desde 2002, indica que o Rio Grande do Sul possui 280 espécies da fauna em algum grau de ameaça de extinção (Vulnerável, em Perigo ou Criticamente em Perigo) além de 10 já extintas. Significa que estão ameaçados 22% dos mamíferos, e entre eles o gato-maracajá (leopardus wiedii) , que deixou sua marca na passagem de fauna da BR-448. “As impressões das pegadas registradas, a disposição das mesmas no solo, tamanho e acomodação das almofadas plantares, revelam que o animal ficou em pé dentro do dispositivo, ou seja, apoiado sobre as patas traseiras (posteriores) para se mostrar maior ou simplesmente para saltar em direção a sua presa”, revela a equipe de fauna.

De acordo com a Avaliação do Estado de Conservação dos Mamíferos Carnívoros Brasileiros realizado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (CENAP) o leopardus wiedii possui uma distribuição ampla no Brasil, com exceção do Ceará e sul do Rio Grande do Sul. Apesar disso, o tamanho populacional efetivo calculado é de cerca de 4.700 indivíduos no território brasileiro. Estima-se que nos próximos 15 anos deva ocorrer um declínio de pelo menos 10% desta população, principalmente pela perda e fragmentação de habitat relacionadas à expansão agrícola.Portanto, a espécie foi categorizada como Vulnerável (VU).

Conforme a Bióloga da Gestão, Andrea Pedron, o registro do felino na área da Rodovia do Parque e região metropolitana de Porto Alegre evidencia a importância das medidas implantadas para a conservação da biodiversidade local. “A espécie em questão não havia sido registrada nas campanhas de monitoramento pretéritas, assim como nos estudos de diagnóstico, porém o registro comprova que a espécie ainda ocorre na região de abrangência do empreendimento e está utilizando o dispositivo de transposição em questão”, finaliza.

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 Rastros das patas posteriores do felino na passagem de fauna da BR-448

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Pegada traseira do Gato-maracajá 

Metodologia de monitoramento

A metodologia desenvolvida nas campanhas consiste em monitoramento veicular e o monitoramento por caminhamento incluindo as passagens de fauna. O objetivo é estimar a riqueza de espécies e verificar a funcionalidade dos dispositivos de transposição, através do método indireto de registro, ou seja, impressão de pegadas e rastros dos animais e vestígios como fezes que são fotografados e identificados.

 
 
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