Galpão de Reciclagem da Vila de Passagem compõe Cadeia Solidária Binacional do PET

Inaugurado há mais de três anos , o Galpão da Vila de Passagem(condomínio provisório de moradia construído para abrigar as famílias beneficiadas pelo Programa de Reassentamento Populacional da BR-448, na cidade de Canoas) hoje Cooperativa Mãos Dadas trabalha atualmente com uma média mensal de 15 cooperados que juntos realizam a triagem de 30 toneladas mensais de resíduos sólidos.

caminhoneiros 025

José Fagundes - Coordenador da Cooperativa Mãos Dadas


caminhoneiros 033

Clenir Maciel está na equipe desde o início 

Conforme o Coordenador da Cooperativa, o catador José Fagundes, 40 anos, as dificuldades iniciais fecharam um ciclo em janeiro de 2014 com a formalização da Cooperativa que até então era uma filial da COOPERMAG (Cooperativa de Coleta Seletiva e Reciclagem União Faz a Força de Canoas). “Foi bom porque todos os cooperativados pagam INSS para ter direito a previdência. Temos um contador, emitimos nota. Somos um empreendimento e queremos fazer parte da rota das cooperativas”, conta orgulhoso. O galpão separa em média 37 materiais, entre eles PET, cobre, alumínio, papelão, vidro, ferro entre outros.

Neste ano, a Cooperativa integrou-se a Cadeia Solidária Binacional do PET - lançada há três anos pelos governos gaúcho e uruguaio, a Cadeia envolve atualmente, mais de 200 cooperativas e nove mil trabalhadores, beneficiando cerca de 45 mil pessoas de forma indireta. O projeto, que visa consolidar uma cadeia produtiva no setor de reciclagem das garrafas plásticas, entre empreendimentos do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e do Uruguai é desenvolvido pela SASEMPE (Secretaria de Economia Solidária do RS), secretarias de meio ambiente, governo do Uruguai e cooperativas do setor.

Anterior ao processo cooperativado, José residia na Vila do Dique do Canil e foi catador individual por 12 anos. “Lá no Dique não tínhamos informações. Com o reassentamento passamos a fazer parte do processo, nos apropriamos , inclusive discutimos o que acontece na cidade com relação aos resíduos ,pois é para cá que vem o material”, explica.

 

Reassentamento promoveu a dignidade e qualidade de vida

 

A realocação do Dique proporcionou além de uma melhora na qualidade de vida a inserção no mercado formal e o acesso a cidadania. “Sinto que progredimos, o progresso aconteceu. O direito a paz, a fazer parte, e isso conseguimos. É um direito nosso e nem sabíamos. Em todos os anos que morei no dique nunca encontrei com autoridades, presidente, governador, secretários. Tomamos decisões juntos”, observa José.

Para Clenir de Fátima Maciel, 39 anos, a tesoureira da Cooperativa e catadora desde a primeira formação do grupo, a vida no loteamento e o trabalho cooperativado é muito melhor. “É bem melhor. No dique queimávamos os lixos e aqui nada se perde, tudo é reaproveitado. Nunca mais queimo lixo, pois estamos contaminando o solo, a água. Fiz bastante amizades. Agora pagamos INSS e isso é um beneficio, quando temos problemas de saúde, estamos assegurados. Estudei até a 4ª série e era a secretária da cooperativa, agora sou tesoureira. Estou adorando lidar com os números. Até estou pensando em ser uma contadora, voltar a estudar, fazer uma faculdade”, conta.

 

 

 

Fases da cadeia

Para o coordenador compor a Cadeia Binacional do PET fez com que os cooperativados entendam todo o processo de beneficiamento das garrafas plásticas que chegam ao galpão. “Uma parte do trabalho começa aqui e depois é finalizado em Minas Gerais com as costureiras. O objetivo do projeto é ampliar a renda e qualidade de vida dos catadores envolvidos nas fases do processo de transformação do PET em flake (pequenos flocos) depois em fibra e por último, em tecido. “Primeiro, as garrafas PET são coletadas, recicladas e prensadas pelas cooperativas e associações de catadores como a nossa. Depois elas são transformadas em flake que é enviado para a cidade de San José, no Uruguai, onde é transformado em fibra sintética. Em seguida, a fibra vai para Pará de Minas, em Minas Gerais, onde acontece o processo de fracionamento, tecelagem e transformação da fibra em tecido”. Com relação aos investimentos no setor Fagundes completa “Esse foi o ano do catador, teve investimento. Além de fornecer o material para o Uruguai, saímos das mãos dos atravessadores e passamos a fazer parte de toda a cadeia do Pet”, comemora.

Com grande sabedoria popular, o coordenador  finaliza a conversa destacando o apoio do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) no processo. “Foi muito importante porque eu vi o envolvimento do DNIT em preservar os catadores. Ele não pediu para que trocássemos de profissão, mas nos ensinou o caminho”.

Segundo a última pesquisa Nacional de Saneamento Básico do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), realizada em 2008, são recolhidas no Brasil cerca de 180 mil toneladas diárias de resíduos sólidos. O rejeito é resultante de atividades de origem urbana, industrial, de serviços de saúde, rural, especial ou diferenciada.

Esses materiais gerados nessas atividades são potencialmente matéria prima e/ou insumos para produção de novos produtos ou fonte de energia.

 
 
021_600x399
2014_07_19_EA_Trilha_Ambiental_Escola_Luterana_Santa_Cruz_Canoas_600x450
30-09-2012 (2)_600x450
323_600x399
992
colocacao armadilha fotografica 11122012 (55)_600x399
DSC_0168_600x401
DSC_0312_600x399
DSCF0164_600x450
DSCF1666_600x450
DSCN3119_600x450
enderecar inauguracao 0651_599x450
Evento Dia do Meio Ambiente DNIT 160_600x399
FOTOS CELULA 255_600x399
fotos inaugurao 203_600x399
hora do conto VP 076_600x399
IMG_7233_600x400
Lancamento livro reassentamento 020_501x450
LIVRO INFANTIL_578x450
Mascote (21)_600x399
record
TOP-CIDADANIA-2014
topsust_451x450
transplante corticeiras 04092012 (14)_600x399
 
 

infoambiente2

 
 
Logotipo_STE-_novo Sem_ttulo.pngdnit ministeriobrasil