Mostra itinerante das “Árvores de Lixo” se despede retornando ao ciclo produtivo
Mais que uma exposição artística, a Instalação “Que árvore você quer para o futuro? Não faça do lixo a semente”, se transformou num slogan de sensibilização para os mais de quatro milhões de visitantes que estiveram nos 49 espaços públicos por onde a Mostra Socioambiental do DNIT, realizada pela Gestão Ambiental da BR-448 (STE S.A.), itinerou desde outubro de 2011.
Formada por quatro árvores temáticas de ferro reciclado recobertas com resíduos sólidos encontrados nas estradas e rodovias do entorno da BR-448, e acompanhada de fotografias que denunciam locais onde são descartados resíduos de forma inadequada no ambiente, além de trazer informações sobre o tempo de decomposição dos mais diferentes tipos de resíduos, a exposição passou a ser conhecida como as “árvores de lixo”. A itinerância levou a mostra para oito cidades de três estados do Brasil e ainda conquistou o TOP de Marketing da ADVB/RS, 2012 na categoria sustentabilidade, a menção honrosa no Salão de Arte Ambiental da 5ª Fiema Brasil (Feira Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente) em 2012 e ser escolhida como Prática de Referência EducaRES (Estratégia Nacional de Educação Ambiental e Comunicação Social para a Gestão de Resíduos Sólidos) do Ministério do Meio Ambiente em 2014.
José à dir., analisa o "material" das árvores e o potencial econômico de cada um
As fotografias da Mostra fazem José lembrar do tempo em que jogavam e queimavam os resíduos a cèu aberto, sem o menor tratamento
Equipe de cooperativados do galpão e Gestão Ambiental
Para se despedir de todo este legado artístico cultural a equipe de Gestão Ambiental realizou várias discussões e baseando-se na concepção da Mostra, optou pela aplicação da Logística Reversa, ou seja, retornar todo o material das instalações ao ciclo produtivo, conforme explica o Coordenador do MARH - Setor de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da STE S.A., Engenheiro Adriano Panazzolo. “Optamos pela aplicação da Logística Reversa pela questão da responsabilidade compartilhada do ciclo de vida dos resíduos que compõem a mostra. É uma exposição artístico/cultural que além de discutir o descarte irregular, era formada por diversos tipos de resíduos sólidos, então depois dos quatro anos de itinerância nos questionamos sobre a nossa responsabilidade diante da grandiosidade das instalações e dos resíduos”, observa Adriano.
Com isso resolvido, uma nova questão se colocava: devolver para quem, se os resíduos foram recolhidos de lixões no entorno da rodovia? “Surgiu a ideia de doar para as escolas ou entidades que receberam a exposição, mas descartou-se em função da responsabilidade pelo destino dos resíduos. Amparados pela Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que propõe a prática de hábitos de consumo sustentável e contém instrumentos que propiciam o incentivo à reciclagem e à reutilização dos resíduos sólidos (reciclagem e reaproveitamento), bem como a destinação ambientalmente adequada, a doação a um galpão de reciclagem seria o ideal. “Foi nesta pesquisa que optamos pela doação da exposição à Cooperativa Mãos Dadas de Canoas, criada pelos ex-recicladores da Vila do Dique e beneficiários do Programa de Reassentamento Populacional da BR-448”, conta Carlos Türck, engenheiro da Gestão Ambiental.
Foi contatado com o Coordenador da coorperativa, José Fagundes, que prontamente aceitou a Mostra e também informou que deixaria a mesma exposta por algum tempo no galpão. “Recebemos bastante visitas e a mostra será um atrativo. Por enquanto vou deixá-las aqui para valorizar a história do reassentamento e dos recicladores da Vila do Dique, depois, aos poucos, iremos retirando os resíduos e daremos um destino correto para cada material. Cada um dos produtos tem um valor e um comprador”, destaca José.
E foi assim, que no dia 18/09, a mostra se despediu retornando ao ciclo produtivo, promovendo a geração de renda aos 15 cooperativados da Mãos Dadas, finalizando sua função inicial de sensibilizar para a consciência ambiental e a mudança de hábitos e ainda, colaborando com a economia das famílias.
O inusitado fato da Cadeira Azul
Era uma vez...uma cadeira azul. No processo de construção da Mostra a equipe de Gestão Ambiental recolheu alguns resíduos inusitados encontrados durante a produção fotográfica que acompanhou a exposição e entre eles, uma curiosa cadeira que chamou a atenção por ser azul, ter um design diferenciado das cadeiras comuns. “Vista de longe em meio a restos de móveis, plásticos, pneus, revistas velhas e outros rejeitos a céu aberto parecia ter sido colocada de propósito no cenário degradante e surreal”, lembra a jornalista da STE S.A., Andrea Weschenfelder.
Dona Leonida se perde em lembranças ao observar a cadeira
Dona Leonida, Ademir e Carlos
As cadeiras "irmãs" novamente juntas
imagem da Mostra e do local onde o objeto foi fotografado e descartado, em Canoas, no ano de 2011
A cadeira azul durante exposição na Câmara de Vereadores de Porto Alegre em 2012, quando Ademir a encontrou
Gestão Ambiental doa acervo fotográfico sobre reassentamento da BR-448
No dia 29/09, o DNIT, por meio da Gestão Ambiental da BR-448 realizou a entrega oficial do acervo da Mostra Fotográfica Itinerante denominada “Endereçar” para a SMDUH - Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação de Canoas.
A exposição retrata, através de fotografias, o universo vivido pelas famílias da Vila do Dique de Canoas/RS, durante o processo de reassentamento da Rodovia do Parque: as dificuldades vivenciadas por décadas, como a água abastecida por caminhão pipa e a luz obtida por ligações clandestinas, passando pelo processo provisório assistido de moradia na Vila de Passagem e finaliza a sequencia de imagens com a conquista de um novo lar, em casas e apartamentos do Programa Minha Casa, Minha Vida.
A Mostra foi inaugurada em junho de 2013 e além de Brasília, percorreu 22 espaços públicos da região metropolitana de Porto Alegre, somando a visitação de um milhão de pessoas.
Para o Coordenador do Programa de Reassentamento Populacional da Gestão, Carlos Türck, a exposição cumpre a missão de mostrar para a sociedade através da imagem a mudança de vida das famílias beneficiadas pelo processo de realocação com a construção da rodovia. “Vivenciamos a mudança deles in loco e o registro fotográfico nos mostra isso”, reforça Carlos.
A doação do acervo para a Prefeitura de Canoas é uma forma de preservar a memória da comunidade durante o processo, permitindo ainda que outras pessoas possam conhecer essas realidades. "Entregar para a prefeitura é deixar parte da história do maior reassentamento da cidade para a sociedade", observa.
Parceiro junto com o DNIT, o poder público canoense foi parte envolvida na realocação das famílias. “Optamos por doar a mostra para a prefeitura de Canoas devido à participação efetiva nesse processo e porque as famílias pertencem ao município”, revela Türck.
Secretário conhece o portfólio da Mostra
Carlos detalha sobre a concepção da Mostra
FEDERASUL recebe Gestão Ambiental da BR-448
Diante de cerca de 50 participantes da reunião mensal da Federasul (Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul) no dia 16/09, o DNIT/CGMAB (Coordenação Geral de Meio Ambiente), por meio da Gestão Ambiental da BR-448, apresentou um panorama geral das ações e inovações ambientais realizadas durante a implantação da Rodovia do Parque.
Gabriel Fróes e Adriano Panazzolo
Adriano Panazzolo